segunda-feira, 26 de março de 2012

Suplementação e manejo alimentar do gado leiteiro



O manejo nutricional de um rebanho vai muito mais além do que a simples formulação de dietas. Apesar de essencial, a formulação de dietas bem balanceadas, utilizando alimentos volumosos e concentrados de boa qualidade, é apenas o primeiro passo para uma infinidade de outros procedimentos necessários para o sucesso de um manejo nutricional. Em rebanhos leiteiros, essa realidade não se faz diferente.
O médico veterinário Arlindo Pacheco Junior disse que não existe momento ou época ideal para suplementar o gado leiteiro. O ideal é dar condições para que as vacas expressem todo o seu potencial para produzir cada vez mais. Sem que haja restrições nutricionais. “O manejo de vacas leiteiras nas três últimas semanas pré-parto, têm grande impacto na produção, reprodução e saúde da mãe durante a futura lactação”. O doutor explica que vacas que parem magras, com condições corporais abaixo de 3,5, não possuem reservas de energia suficientes para apresentarem pico de lactação alto. “Vacas que parem com excesso de condição corporal, especialmente com escore acima de 4,0 são mais propensas a apresentarem distúrbios metabólicos após o parto, baixa produção de leite e perda excessiva de condição corporal”, ressalta. Dessa forma, para que o animal apresente a produção esperada, além de receber dieta balanceada, é necessário que a vaca atinja o consumo adequado. Ele comenta que caso o consumo esteja abaixo do exigido, a produção esperada de leite só será atingida à custa do uso de reservas corporais.
São inúmeros os fatores relacionados à ingestão desses alimentos pelos animais que estão diretamente relacionados ao manejo diário da propriedade. Tais como:
 
  • Manejo pré-parto;
  • Condições corporais ao parto;
  • Qualidade da forragem;
  • Manejo da silagem;
  • Disponibilidade de água de boa qualidade;
  • Problemas sanitários (doença nos cascos);
  • Manejo de cocho (limpeza, área por animal, disponibilidade de alimento);
  • Horário de alimentação (parcelamento do fornecimento);
  • Separação de vacas primíparas de segunda lactação ou mais;
  • Uso de rações completas;
  • Número e horários de ordenha;
  • Bem-estar animal (visando reduzir o nível de estresse)
 
 
Tratando-se de custo/benefício, Pacheco destaca que o objetivo principal de um sistema sustentável de produção de leite deve ser procedido assim: maximizar a receita e subtrair os custos com alimentação. “É fato dizer que a alimentação representa grande parte dos custos de produção. Dentro desses parâmetros estão sinônimos relacionados à de eficiência econômica”.  O doutor enfatiza que é possível obter rentabilidade elevada produzindo a custos maiores, desde que estes custos resultem em maior rentabilidade do sistema. “Esse é o conceito que sustenta a viabilidade da suplementação com concentrados”.
Em relação ao fornecimento dos alimentos concentrados, Pacheco aconselha que o mesmo deva ser administrado após a ordenha. De forma a evitar a contaminação dos tetos, pois o animal é obrigado a permanecer em pé.  Permitindo assim o fechamento do esfíncter do teto. “A utilização correta do concentrado é instrumento potente para aumentar a produtividade do sistema, devido ao impacto na produção individual da vaca e ao aumento na lotação da pastagem e conseqüente aumento na produção de leite por área”, destaca.
É importante lembrar que as vacas apresentam requerimentos nutricionais distintos nos diferentes estágios de lactação. Por isso, em muitos rebanhos as dietas fornecidas são diversificadas. “Nas primeiras semanas em lactação, as vacas geralmente não respondem a dietas com mais de 5% de extrato etéreo, mas são beneficiadas pelo uso de uma dieta com maior concentração protéica. Neste período do início da lactação, vacas de leite estão mais sujeitas a distúrbios digestivos”.  Dessa forma, é aconselhável que o produtor forneça dietas com teor maior de FDN. No entanto, dietas com alto teor de FDN e baixa concentração de gordura não suportam altos níveis de produção de leite. O doutor aconselha o fornecimento de mais de uma dieta para grupos em lactação.
O doutor ressalta que a suplementação além de essencial é viável no que diz respeito à maximização da produção. Ele recomenda que o manejo nutricional deva ser procedido de forma correta. “Atualmente, existem inúmeras tecnologias simples e eficientes. O produtor deve abandonar a idéia passada relacionado ao extrativismo e adotar essas novas metodologias de produção mais modernas e viáveis. O que de fato irá contribuir positivamente na eficiência e na viabilidade econômica do sistema”, conclui.

Matéria publicada pelo site Fort Sal e adaptada pelo Blog da Indústria

quarta-feira, 21 de março de 2012

FUCAMP visita a Indústria

No último sábado, dia 10 de março de 2012, os alunos do 5° Período do Curso de Engenharia Agronômica da FUCAMP, fizeram uma visita à Indústria de Rações Retiro da Roça Ltda.. Os alunos tiveram a oportunidade de conhecer a rotina de uma fábrica de rações, bem como todos os processos envolvidos desde o recebimento da matéria-prima (milho, farelo de soja, farelo de algodão) até o produto final, a ração. A visita estava dentro do cronograma de aulas práticas da disciplina de Nutrição Animal, ministrada pela Professora Veridiana Aparecida Limão Barbero e foi acompanhada pela Coordenadora do Curso de Engenharia Agronômica, Professora Cinara Xavier de Almeida. Os alunos foram recepcionados na fábrica pelo Diretor de Controladoria, Sr. Dário da Silva Melo, que fez uma apresentação da empresa. Também estavam presentes o Sr. Clariano Francisco Filho e Donizete José Pereira, idealizadores da Indústria de Rações Retiro da Roça Ltda. O Sr. Clariano contou um pouco da sua história aos alunos.